Estágio 1 | "Só às paredes confesso": a Universidade de Coimbra enquanto Património mundial da Humanidade e lugar de contestação
Nº Alunos: 6
Anos: 10º/11º/12º
Data: 27/06/2016 - 01/07/2016 | 09h30-18h30
PROGRAMA (clicar para ler)
Resumo
Podem a sociologia, a sociolinguística e a arquitetura unir esforços para estudar as inscrições que vão sendo deixadas nas paredes da Universidade de Coimbra (UC)?
Sim, podem!
Esta proposta de estágio concilia uma análise realizada a partir de múltiplos olhares sobre as inscrições deixadas nas paredes/murais em torno da UC: junta a abordagem sociológica dos movimentos sociais e da ação pelo protesto, a noção de paisagem semiótica da sociolinguística à reflexão sobre o impacto destas ações na valorização e salvaguarda do património arquitetónico.
A Universidade de Coimbra conta hoje com 726 anos de existência e integra, desde 2013, a lista de bens Património Mundial da Humanidade. Da sua história também faz parte uma tradição de contestação estudantil que não pode ser ignorada. Quem circula na Alta logo se apercebe que este é um lugar privilegiado para deixar inscrições nas paredes, palavras de ordem, claras reivindicações de certos movimentos sociais ou simples manifestações individuais sentimentais, umas mais “cómicas”, outras mais “trágicas”. Desta forma, e apesar do seu valor patrimonial, a zona da UC também se apresenta como lugar de desafios e de conflitos para quem o cruza.
Este estágio convida alunos/as do 10º, 11º e 12º ano a circular pelas imediações da UC, encarando-o como um espaço de valor patrimonial, mas também onde vozes de contestação nos interpelam, conferindo uma dinâmica de constante transformação visual a esse lugar. No plano de trabalhos a desenvolver, privilegiar-se-á o método do walking tour para recolha fotográfica de inscrições manuscritas e/ou em stencil e posterior interpretação, tentando analisar o teor das mensagens deixadas, sua autoria, potencial público-alvo e a sua relação com a localização. Será ainda avaliada a perceção daqueles que cruzam este lugar, designadamente: a) o impacto que as inscrições têm junto dos transeuntes (estudantes, residentes, turistas), assim como; b) o impacto na valorização e preservação do património arquitetónico.
Atividades a desenvolver:
• Recolha de imagens sobre inscrições deixadas no espaço da Alta-UC
• Análise das inscrições a partir de três perspetivas centrais: valor da mensagem transmitida, valor semiótico e o seu impacto patrimonial
• Aplicação, tratamento e análise de um breve questionário sobre a perceção dos transeuntes deste espaço em relação às inscrições deixadas nas paredes
• Organização de uma exposição fotográfica
Coordenadoras: Ana Raquel Matos, Antonieta Reis Leite e Olga Solovova
Estágio 2 | O drama dos refugiados na Europa
Nº Alunos: 6
Anos: 10º/11º/12º
Data: 27/06/2016 - 01/07/2016 | 09h30/18h30
PROGRAMA (clicar para ler)
Resumo
Este estágio de cinco dias visa implicar os estudantes numa reflexão dinâmica sobre o drama atual dos refugiados na Europa.
Serão oferecidos seminários teórico-práticos pelos membros da equipa nas manhãs de segunda a quinta-feira dessa semana, seguidos de atividades práticas na parte da tarde.
Carlos Nolasco fará um enquadramento geral da “crise dos refugiados” fornecendo dados atualizados sobre fluxos, origens, causas, trajetórias, situando igualmente a questão atual na história mais longa do continente europeu.
Clara Keating e Olga Solovova farão um seminário sobre análise dos discursos sobre a crise e o drama dos refugiados, dinamizando uma sessão da tarde em torno de fotos dos campos, margens, fronteiras e deportação de refugiados vindas a público nos últimos meses. Serão apresentados textos (para aí identificar representações dos refugiados) e suportes visuais: reportagens, fotos, filmes de ficção e documentários – identificar meios de representação e de construção das várias metáforas na identidade de refugiado. Relaciona-se com o método das paisagens semióticas. Retrato linguístico – uma articulação emocional entre as línguas e o corpo; vídeos de eventos – identificar os eventos cruciais para o acolhimento dos refugiados, por exemplo, a entrevista de asilo (comportamentos, posicionamentos, etc.); Fotografias – explorar aquelas coisas menos óbvias mas que são fundamentais para a sobrevivência dos refugiados, ex. o uso de telemóveis, lugares de acolhimento, mediadores e lugares de mediação, etc., através da exploração de paisagens linguísticas.
Elsa Lechner acompanhará todas as atividades ao longo da semana, dando uma aula sobre pesquisa biográfica nos estudos migratórios e dinamizando uma sessão da tarde sobre histórias e relatos de voluntários nos campos de refugiados da Macedónia e Grécia (Idomeni).
Na sexta-feira, será feito um balanço do estágio com apresentações dos participantes.
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