Encontramo-nos num ponto de inflexão histórico. A grave crise climática que enfrentamos não é um acidente ou um desastre natural, mas a consequência direta de um sistema capitalista predatório que prioriza o lucro e a guerra em detrimento da vida. Os governos continuam com promessas vazias e soluções falsas. A 30ª Conferência das Partes (COP) em Belém é marcada por esta contradição entre urgência e inação, bem como pela grande expectativa em relação ao papel dos povos indígenas neste evento.

Nesta roda de conversa, procuramos refletir sobre como se posicionam diferentes movimentos e organizações sociais na América Latina face a este contexto, para realizar mudanças reais e profundas, lideradas pelos povos dos seus territórios.

Para isto, contamos com a participação de três pessoas envolvidas nestas lutas enquanto ativistas e investigadores engajados: Martin Vilea, membro da Plataforma Latino-Americana e Caribenha por Justiça Climática (PLACJC) e da Plataforma Boliviana perante as Mudanças Climáticas; Flávio Leonel Abreu da Silveira, Professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Departamento de Antropologia e Laboratório de Antropologia Arthur Napoleão Figueiredo - LAANF; Victória Ester Tavares da Costa, Posgraduanda da UFPA Programa de pós graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA); e Matilde Ventura, da Greve Climática Estudantil.