July 13, 2020

Post-Colonialisms and Global Citizenship

Boaventura de Sousa Santos

Esta tese busca aprofundar dentro dos estudos históricos sobre a origem do capitalismo, do racismo e do colonialismo na génese da formação sistema mundo moderno.A nossa tese parte da proposta das epistemologias do sul para pensar historicamente a Europa, buscando construir novas hipóteses para a compreensão da gênese do capitalismo histórico e do sistema moderno e colonial. Ela divide-se em oito capítulos. No primeiro trata-se do marco teórico e intelectual das epistemologias do Sul e da estratégica metodológica. O segundo desenvolve uma trajetória pela tradição intelectual dos Estudos andaluzes e traça um marco histórico da História do território sul peninsular e do sul da Europa, pensada a partir do mediterrâneo. Esta História extensa do sul da península incorpora o desenvolvimento histórico de Tartesso, da Turdetânia, da Bética (romana) e Spania (bizantina). O terceiro capítulo introduz-nos a uma breve História do Al-Andalus. Os capítulos seguintes, do quarto ao décimo primeiro constituem os pilares da tese doutoral. Neles Avançam-se as nossas hipóteses da conquista da Andaluzia como o processo histórico que antecipa a conformação do sistema mundo moderno colonial e do capitalismo histórico, constituindo assim, em 1492, duas fases históricas do mesmo processo de expansão imperialista, colonial e capitalista. A Andaluzia seria, portanto, uma fronteira do mundo, o primeiro território conquistado pelo feudalismo europeu, antes do começo das conquistas do Norte de África, das ilhas do Atlântico oriental, do Caribe e da América Latina. A Andaluzia, assim como o sul da Europa, faria portanto, parte da gênese do capitalismo histórico no contexto da primeira modernidade inicial.

Palavras-chave: História da Europa, epistemologias do sul, capitalismo histórico, Andaluzia